Da agricultura à energia. O plano de Torres Vedras rumo à sustentabilidade

“Os municípios têm um papel determinante no que toca ao combate às alterações climáticas e à descarbonização dos seus territórios”, quem o diz é Carlos Bernardes, presidente da Câmara Municipal de Torres Vedras, para quem o tema da sustentabilidade não é novo. Apesar de ser o Carnaval a dar fama à cidade, o município tem vindo a ser sucessivamente reconhecido, nacional e internacionalmente, pela estratégia ambiental implementada ao longo dos últimos anos.

O executivo da Câmara Municipal de Torres Vedras tem apostado na renovação da frota municipal, que conta já com 32 veículos elétricos que permitem “reduzir as emissões em cerca de 66 toneladas por ano”, mas que o presidente considera ter ainda um “efeito de contaminação positiva” junto da população. No mesmo sentido, a construção de uma rede de ciclovias urbanas com 12 quilómetros foi um passo importante para permitir o crescimento da mobilidade suave, num local com longa tradição ligada à bicicleta, não fosse a terra natal da estrela do ciclismo português, Joaquim Agostinho.

De acordo com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), a agricultura representava, em 2018, cerca de 10% das emissões de CO2 do país. Este é um dos setores mais importantes na economia da região Oeste, merecendo, por isso, particular atenção no apoio à sua transição ambiental. Em fevereiro, o município aderiu à Declaração de Glasgow para “apostar em políticas e estratégias integradas” para a redução de gases de efeito estufa nos sistemas alimentares, procurando mobilizar as mais de mil empresas do setor que ali operam. Reconhecido pela Comissão Europeia como exemplo a seguir, o projeto de alimentação escolar vai “além da promoção de hábitos alimentares saudáveis, envolvendo os produtores locais, contribuindo para a redução da pegada ecológica”. Um exemplo da ação encontra-se nas cozinhas escolares, cuja despensa de produtos privilegia “cadeias de distribuição mais curtas em detrimento do preço unitário”.

Já em 2020, foi instalado no concelho o Smart Farm Colab, um laboratório colaborativo para a inovação digital na agricultura e que conta com financiamento da FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia. O objetivo é “desenvolver soluções para os desafios climáticos”, explica o autarca.

Torres Vedras é reconhecido como ECOXXI, município sustentável, desde 2006.

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